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16/04/2021

Inadimplência em alugueis de São Paulo cai ao menor patamar após um ano de Covid

Inadimplência em alugueis de São Paulo cai ao menor patamar após um ano de Covid

Medido pela AABIC, IPEMIL encerrou o mês de março em patamar de 1,82%, o menor índice mensal apurado desde abril de 2020, quando a pandemia eclodiu o início da fase mais aguda da crise econômica

 

São Paulo, abril de 2021 - Apesar da pandemia da Covid-19 ter provocado uma segunda onda de infecção mais agressiva em todo o País, com a imposição de um novo período de medidas mais restritivas para a circulação das pessoas e funcionamento de atividades comerciais, a inadimplência nos alugueis de imóveis residenciais e comerciais de São Paulo encerrou o primeiro trimestre de 2021 no menor índice desde abril do ano passado. É o que revela o Índice Periódico de Mora e Inadimplência Locatícia (IPEMIL), medido pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC).

 

Segundo o levantamento, o índice de inadimplência nos alugueis atingiu o patamar de 1,82% em março deste ano, o que representa uma queda de 0,23% em relação ao mesmo mês de 2020, que havia fechado em 2,05%. O indicador de março é o menor registrado pela pesquisa da AABIC desde abril de 2020, quando o IPEMIL chegou a 1,13%.

 

A AABIC considera para efeito de inadimplência os valores de boletos emitidos no mês e não pagos até 90 dias após a data do vencimento. Pelo levantamento, o IPEMIL de março não foi impactado pelas restrições mais rigorosas impostas à população e empresas na fase emergencial pelo Governo de São Paulo em meados de março, como forma de frear a pandemia no seu período mais letal em todo o País.

 

Mesmo com os efeitos da pandemia na economia brasileira, o IPEMIL mostra que o índice de inadimplência se manteve relativamente equilibrado, com o maior registro em julho do ano passado, 4,25%, e tendência de queda a partir de setembro. No balanço do primeiro trimestre de 2021, por exemplo, o índice médio de inadimplência ficou em 1,96%, muito próximo do consolidado dos três primeiros meses de 2020, que oscilou na casa de 1,32%. 

 

Segundo o presidente da AABIC, José Roberto Graiche Júnior, o baixo patamar de inadimplência demonstra que o bom senso e as negociações, geridas pelas administradoras, entre proprietários e inquilinos prevaleceram nessa época de enfrentamento da crise econômica provocada pela pandemia. Por isso, avalia o dirigente, “o contexto reforça que não cabe interferência dos Poderes Executivos e Legislativo nas negociações de valores no mercado de alugueis, conforme propõem setores da economia”.

 

As discussões sobre o índice levaram a Câmara a interferir no assunto, com a criação de um projeto de lei que limita o índice de reajuste ao teto do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Atualmente, a lei permite a livre pactuação entre as partes para eleição do índice de reajuste do aluguel.

 

Na avaliação do presidente da AABIC, o IGP-M é o índice que melhor retrata a realidade de inflação dos negócios, se analisar um período mais longo. Além disso, diz Graiche Júnior, o mercado de locação tem consciência de que os acordos e negociações são capazes de absorver variações atípicas. “A inadimplência baixa e a tendência de queda refletem o equilíbrio de mercado, que atualmente é livre para utilizar o índice mais adequado, o que descarta a necessidade de interferência dos Poderes”, avalia o dirigente. “O mercado é suficientemente maduro para negociar valores com bom senso, mesmo com uma alta pontual do IGP-M. A interferência na legislação vai travar essa autorregulação“, pontua.

 

Ainda de acordo com levantamento da AABIC, a vacância de imóveis destinados a locação, no Estado de São Paulo, mantém a taxa de aproximadamente 25%, considerando residenciais e comerciais.  Antes da pandemia, o percentual de empreendimentos vagos era de 18%. A proliferação da Covid-19 afetou principalmente a locação de imóveis comerciais, que registra 38% da carteira das associadas desocupados, quase o dobro de março do ano passado, que apontava 20% de vacância. Considerando o segmento residencial, a 18% do total seguem vagos, ante 9% registrados há um ano.

 

Inadimplência Condominial   

O levantamento da AABIC mostra que a inadimplência no pagamento de boletos condominiais também encerrou o primeiro trimestre de 2021 com tendência de queda. O IPEMIC (Índice Periódico de Mora e Inadimplência Condominial) ficou em 2,17% em março, ante o índice de 2,28% registrado em igual período do ano passado. O IPEMIC de março deste ano também é o menor índice registrado para este mês desde o início de medição, em 2004. O indicador representa que os condôminos estão, cada vez mais, mantendo a taxa condominial em dia.

 

Para o presidente da AABIC, a pandemia fez com que os condôminos valorizassem o local onde vivem e os serviços prestados nos empreendimentos. “O pagamento da taxa condominial é importante para manter o local nas melhores condições, como limpeza, segurança e atendimento. Além disso, os condôminos percebem cada vez mais e valorizam a importância da qualidade nesses serviços prestados para garantir o bem-estar”, finaliza.


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